quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Winning Media Strategies - A mudança no modelo de negócio dos media tradicionais

Ocorreu em Maio de 2009 a conferência da BIA Financial Network (http://www.bia.com/) /Kelsey Group “Winning Media Strategies 2009 Conference”, subordinada às mudanças que os media tradicionais devem operar nos seus modelos de negócio para enfrentar as mudanças no mercado.

Para serem competitivos, os media tradicionais, têm de acompanhar a evolução da audiência e dos anunciantes. As empresas terão de se redefinir e operar num ambiente multi-plataforma.

Deixo aqui em destaque algumas conclusões da conferência:

• Os consumidores estão a alterar os seus hábitos de consumo de media. Controlam como e quando consomem media. Se antes existia apenas um ecrã, agora existem quatro (TV, PC, Mobile e outros como o iphone). As empresas de media terão de acompanhar a mudança e marcar presença nas várias plataformas onde as suas audiências e anunciantes já estão. E engane-se quem pensar que esta evolução apenas é acompanhada pelas faixas etárias mais jovens.

• No novo ambiente de media, os fornecedores de serviços sabem imenso sobre os seus utilizadores e essa informação é muito valiosa. Saber quem está a consumir e qual o seu comportamento é muito importante. A criação, manutenção, interligação de bases de dados e respectiva capitalização dessa informação será um importante factor de sucesso pois serão um must-have do ponto de vista dos anunciantes.

• Com a crise económica, as pequenas e médias empresas locais (EUA) estão a reduzir e reavaliar os seus investimentos nos media tradicionais. Com a recuperação, estas empresas não vão voltar a investir nos mesmos níveis ou opções registadas anteriormente, vão investir fora dos media tradicionais. Esta não será uma mudança temporária mas permanente.

• Todos os media tradicionais verão as suas receitas publicitárias decrescer nos próximos anos. O crescimento vai verificar-se no digital media advertising. As novas empresas baseadas na Web 2.0 atraem multidões mas não são necessariamente rentáveis. É importante recordar que um fenómeno social não será necessariamente um negócio de sucesso.

• Os media tradicionais estão bem posicionados para serem bem sucedidos na era digital. Têm uma marca de confiança, laços com a comunidade e uma força de vendas instalada. Têm ainda conteúdos altamente valorizados pelos consumidores. Para minimizar os riscos de fracasso, as parcerias poderão ser uma boa aposta.

• Os media tradicionais não devem contar com o meio de distribuição actual como uma barreira à entrada de novos concorrentes, ”Everyone is going to be bypassed by the Internet”. As receitas de publicidade podem estar ameaçadas por novos concorrentes dentro de pouco tempo. A evolução tem de ser rápida.

• A mudança na força de vendas é crucial. A oferta ao mercado tem de ser única, combinando meios tradicionais, new media, promoções, eventos, entre outros. O focus deve estar nos problemas do negócio do cliente, vendendo soluções para as suas necessidades e não a oferta existente. A força de vendas tem de desenvolver capacidades em todas as plataformas, conhecer os negócios dos clientes e criar soluções. O planeamento e compra de media está a tornar-se numa equação complexa e multidimensional para resolver. A formação da força de vendas é essencial.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Televisão e Vídeo nos EUA - 1º Trimestre 2009

O estudo relativo ao consumo de vídeo nos EUA no primeiro trimestre de 2009, divulgado pela Nielsen, revela que cada norte-americano consome em média 153 horas mensais de televisão em casa. Quanto ao consumo de vídeo online, é utilizado por cerca de 131 milhões de pessoas que vêem em média 3 horas mensais de vídeo via internet. O mobile vídeo é consumido por aproximadamente 13,4 milhões de norte-americanos, que vêem em média 3,5 horas de vídeo no seu telemóvel.

Importa recordar que a população norte-americana ascende a 306 milhões.



Analisando o quadro, verifica-se que a tendência no consumo de televisão não é de descida, existindo mesmo um acréscimo de 1,2% no número de telespectadores e 1,9% no tempo médio dispendido, comparativamente ao primeiro trimestre de 2008. A TV continua a ser a primeira escolha para consumir vídeo, cerca de 99% do vídeo é consumido através da TV.

O Timeshifting – consumo de vídeo gravado (DVR - gravação digital ou gravação em DVD), tem tido um crescimento elevado, registando um aumento de 40% comparativamente ao período homólogo do ano 2008, e um consumo médio mensal de 8 horas por telespectador.

Com o crescimento da largura de banda, do número de utilizadores de banda larga e o aumento dos conteúdos disponíveis, a tendência é para um crescimento do consumo de vídeo via Internet.
O mobile vídeo, apesar de ainda pouco expressivo, tem registado um crescimento significativo. Os conteúdos mais procurados são vídeos de comédia e meteorologia. Os adolescentes são os principais consumidores deste serviço, consumindo em média 6,5 horas/mês de vídeo no telemóvel.

Conclusão
É interessante constatar que as novas plataformas, em crescimento, não estão a retirar audiência à TV, registando-se um crescente e complementar consumo de vídeo.


Com a digitalização e exponencial quebra de custo de produção e armazenamento, o vídeo saiu da esfera exclusiva dos broadcasters e passou a ser um produto produzido e consumido pelas massas. Tal como nos anos 50 o cinema parecia ameaçado pela televisão e foi capaz de se adaptar e prosperar num novo canal de distribuição, a indústria de televisão adaptar-se-á à nova realidade do mercado e sobreviverá.

O próprio equipamento de recepção de televisão está a evoluir para se transformar na principal central multimédia em casa. A integração da tv com o telemóvel, computador e ligação à internet é já uma realidade que será aproveitada pelos conteúdos televisivos.


"Is TV Dead ?"
"TV is stronger than ever"
Veja a interessante e esclarecedora resposta de Susan Whiting, Vice-Presidente da Nielsen, numa entrevista à FOX Business.





Estudo Nielsen disponível em:
http://blog.nielsen.com/nielsenwire/wp-content/uploads/2009/05/nielsen_threescreenreport_q109.pdf

domingo, 24 de maio de 2009

Quem Vê TV Parte II - Audiência Verão

Período Analisado: Junho a Agosto de 2007

Verão - Dias de Semana
Evolução do número total de telespectadores ao longo do dia

No Verão, a evolução do número de telespectadores ao longo do dia, entre segunda-feira e sexta-feira, apesar de manter as tendências em termos de ciclos de crescimento e picos, regista assinaláveis diferenças relativamente aos dias de Inverno.

As diferenças mais significativas verificam-se em dois períodos:

  • Durante o dia, entre as 10h00 e as 17h00, onde se regista um aumento médio de 17% no número total de telespectadores. Entre as 11h30 e as 15h00 o acréscimo médio de telespectadores é superior a 200 mil. Às 13h00 registam-se cerca de 2,25 milhões de telespectadores, um número superior aos cerca de 2 milhões verificados no Inverno.

  • À noite, sobretudo entre as 19h00 e as 21h00, verifica-se uma quebra muito elevada no número de telespectadores, em média de 22%, correspondendo a uma quebra média de aproximadamente 750 mil indivíduos. Se no inverno se verificavam mais de 3 milhões de telespectadores às 19h30, no verão, esse número é reduzido para 2,5 milhões.

Enquanto no inverno o período de maior pico, no número de telespectadores, se verifica entre as 21h00 e as 21h30, com mais de 4 milhões de telespectadores, no Verão o momento com maior número de telespectadores passa para o período 22h00-22h30 onde se verificam pouco mais de 3,6 milhões de indivíduos em frente ao televisor.

A redução média do número de telespectadores, do Inverno para o Verão, é de 4%. Apesar de um acréscimo do número de telespectadores ao longo do dia, esse aumento não é suficiente para compensar a elevada redução no horário nobre.

O peso por sexo no total de telespectadores de TV

O desequilíbrio verificado no Inverno entre homens e mulheres mantém-se no Verão, com uma ligeira diferença média. Os homens representam 43% e as mulheres 57% dos telespectadores. A diferença de 1% que beneficia o género masculino deve-se ao facto de o decréscimo médio ser maior no público feminino.

O peso por faixas etárias no total de telespectadores de TV

O acréscimo de telespectadores no Verão, verificado durante o dia, deve-se sobretudo às faixas etárias: 4-14; 15-24 e 25-34, que vêm o seu número aumentar em média cerca de 55% no período 11h00-16h00.

A redução verificada no horário nobre acaba por ser generalizada apesar de mais acentuada nas faixas etárias com mais de 45 anos.

Faixa Etária dos 4 aos 14 anos

Entre as 10h00 e as 16h00, o número de indivíduos da faixa etária 4-14 praticamente duplica no Verão, registando-se cerca de 190 mil crianças a ver televisão por volta das 13h00. Também durante a madrugada, apesar de em reduzido número, se regista um aumento desta faixa etária no Verão, com uma média de 80 mil crianças a ver tv entre as 0h00 e as 2h00. Em média, no Verão, o número de crianças a ver televisão aumenta 11%.

Faixa Etária dos 15 aos 24 anos

Entre as 11h00 e as 17h00 o acréscimo de indivíduos da faixa etária 15-24 ronda os 30%, representando um aumento médio de 37 mil indivíduos. Por volta das 13h00 esta faixa etária é composta por cerca de 233 mil indivíduos.

O número médio de telespectadores desta faixa etária aumenta aproximadamente 3% no Verão.

Faixa Etária dos 25 aos 34 anos

A faixa etária 25-34 regista um aumento de 28% no número de indivíduos no período 11h-16h. Dada a considerável perda de indivíduos a partir das 18h00, o número médio de telespectadores desta faixa etária decresce 4% no Verão.

Faixa Etária dos 35 aos 44 anos

Apesar da faixa etária 35-44 acompanhar o crescimento verificado ao longo do dia no Verão, é entre as 14h00 e as 17h00 que este aumento é mais notório, com um crescimento médio de 46% no número de telespectadores. Em termos médios, no total do dia, esta faixa etária não sofre alteração em comparação com o Inverno.

Faixas etárias acima dos 45 anos

As faixas etárias acima dos 45 anos não sofrem variações consideráveis durante o dia, porém, é a partir das 18h00 que registam elevadas reduções no número de telespectadores; aproximadamente menos 27% de indivíduos entre as 18h00 e as 21h30.

Média de Telespectadores por Faixa Etária em milhares
e Peso relativamente ao Total
(inclui observações mínima e máxima, em milhares de indivíduos e em peso relativo)

Audiência Média por Faixa etária em número de indivíduos
e Peso relativamente à audiência Total


Verão - Sábados e Domingos

Evolução do número total de telespectadores ao longo do dia

No Verão, o fim-de-semana regista uma quebra considerável de telespectadores face ao Inverno. Em média, aos sábados e domingos, registam-se menos 13% de telespectadores.

A maior quebra registada no Verão, por comparação com o período de Inverno analisado, regista-se entre as 17h30 e as 21h30, com um decréscimo médio de 25%. No período 19h00-21h00 verifica-se uma redução aproximada de 900 mil telespectadores. Se no Inverno o pico do dia se registava entre as 21h00 e as 21h30, com aproximadamente 3,86 milhões de indivíduos, no Verão, o número mais alto de telespectadores verifica-se no período 21h30-22h30 com aproximadamente 3,3 milhões de indivíduos.

As variações mais relevantes por Faixa Etária e Género

As faixas etárias que registam maior quebra ao fim de semana, comparativamente à época de Inverno analisada, são: 4-14 (-21%); 45-54(-17%) e 35-44(-14%).

Em termos de género, o número de telespectadores do sexo feminino é o que sofre a maior redução, perdendo 15% face ao Inverno. O público masculino decresce 10%. O peso médio de cada género pouco se altera, com 53% para o sexo feminino e 47% para o sexo masculino.

Média de Telespectadores por Faixa Etária em milhares
e em Peso relativamente ao Total
(inclui observações mínima e máxima, em milhares de indivíduos e em peso relativo)

Audiência Média por Faixa etária em número de indivíduos
e Peso relativamente à audiência Total



Destaques

Comparação Verão vs Inverno – Dias de Semana

  • No Verão, durante a semana, há um aumento do número de telespectadores no período 10h00-17h00;
  • À noite, verifica-se uma quebra considerável no número de telespectadores, especialmente entre as 19h00 e as 21h00 (-22%), correspondendo a uma quebra média de aproximadamente 750 mil indivíduos;
  • O acréscimo de telespectadores verificado durante o dia no Verão, deve-se sobretudo às faixas etárias: 4-14; 15-24 e 25-34, que vêem o seu número aumentar cerca de 55% no período 11h00-16h00;


Comparação Verão vs Inverno – Fim-de-semana

  • No Verão regista-se uma quebra média de 13% no número de telespectadores ao fim-de-semana;
  • Entre as 17h30 e as 21h30 verifica-se um decréscimo médio de 25%;
  • No período 19h00-21h00 a redução média ronda os 900 mil telespectadores;
  • Maiores quebras por faixa etária: 4-14 (-21%); 45-54(-17%) e 35-44(-14%).

Fonte Dados: Marktest